Segredos velados

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Quase ou toda a família tem um segredo. Algo que se tem medo de tocar no assunto, de trazer para a luz. Uns pequenos, outros grandes; uns revelados, outros velados por vergonha, por ego, ou pela velha ilusão de que a imagem passada para a sociedade que é importante.
Assim se cria um pacto entre os membros e o núcleo se fecha. E neste fechamento de fronteiras, muitas coisas graves podem acontecer se a estrutura emocional de alguns for frágil e sem força para lidar com as questões que sufocam e maltratam aos que convivem.
Pais egoístas fazem filhos doentes.
Quem não reconhece que as bases precisam ser mudadas corre o risco de matar por asfixia todos os integrantes do sistema.
Pais alcoolistas, filhos drogados, abusos, neuroses, sexualidade reprimida, omitida, e tantos outros sintomas podem estar escondidos por trás das paredes do silêncio e da mentira.
Muitas vezes a revelação de um segredo de família envolve riscos e questões de segurança física de pessoas que se atrevem a sair do círculo vicioso.
Um segredo não fica escondido para sempre e por trás de cada história só quem está envolvido poderá revelar.
Mas segredos revelados são benéficos e têm saída, enquanto os velados tendem a adoecer, criar uma atmosfera de conflito e desconfiança.
Quantos há ainda que guardam seus segredos e sofrem em silêncio pelo medo de enfrentar a verdade, assumir-se. E essa atitude pode trazer consequências emocionais profundas e destrutivas.
E os segredos individuais são diferentes dos segredos de família. Muitos, nesta hipótese, se isolam do seu meio por não se sentirem capazes de revelar certos comportamentos e atitudes, desenvolvem psicossomatizacões e adoecem a alma.
Quantos vivem assim nesse conflito interno, refém de si mesmos, de forma autopunitiva, de decepção consigo mesmo, culpando-se ou culpando alguém.
Quando o amor, carinho, atenção e compaixão a esses sentimentos que aterrorizam são permitidos, no entanto, saímos da mentalidade de vítima e alimentamos uma carga emocional positiva.
A negação do desconforto interno só alimenta aquilo que existe e quer ser reconhecido e acolhido amorosamente.Muitas vezes vemos dragões que ameaçam quando na verdade é apenas um desamparo que pede amor.Uma vez aceito e reconhecido torna-se mais leve e a vida flui para cada um naquilo que cada um é.

Que todos os seres sejam felizes na sua singularidade e verdade!
Com amor e em amor
Tereza Ananda Hayaam/Tereza Valler

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